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domingo, 28 de junho de 2009

Pensando no terceiro bimestre...

Queridos, o próximo bimestre será um pouco mais pesado em termos de conteúdo teórico e aulas práticas...
Se alguém quiser ir se adiantando nas leituras, o que recomendo é a leitura dos textos abaixo, ok?
Relação entre atividade física, saúde e
qualidade de vida. Notas Introdutórias

Universidade Católica de Brasília
(Brasil)

Luís Otávio Teles Assumpção
Pedro Paulo de Morais
Humberto Fontoura
luis@pos.ucb.br


http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 8 - N° 52 - Septiembre de 2002
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Introdução
Historicamente, a Educação Física tem priorizado e enfatizado a dimensão bio-fisiológica. Entretanto, a partir da década de 80, a presença de outros ramos do saber, especialmente das Ciências Humanas tem participado deste debate. Novas questões, advindas da percepção da complexidade das ações humanas, tem sido trazidas por este outro campo científico. Passa-se a estudar a Educação Física em uma visão mais ampla, priorizando a multidisciplinariedade, onde o homem, cada vez mais, deixa de ser percebido como um ser essencialmente biológico para ser concebido segundo uma visão mais abrangente, onde se considera os processos sociais, históricos e culturais.
Este ensaio pretende inserir-se nesta discussão. Seu objetivo é contribuir para o debate, de uma forma introdutória, levantando questões sobre o papel das relações sociais no universo da atividade física.
O trabalho está estruturado em duas partes. Na primeira, buscamos apresentar a visão que, historicamente, tem legitimado a relação entre a atividade física, saúde e qualidade de vida da perspectiva das ciências biológicas. Na segunda parte, com o objetivo de trazer novos elementos para o debate, lançamos um olhar social, cultural e histórico sobre o tema.

O paradigma do Estilo de Vida Ativa
“Paradigmas são as realizações científicas universalmente reconhecidas que, durante algum tempo, fornecem problemas e soluções modelares para uma comunidade de praticantes de uma ciência.”
(Kuhn, 1997)
A par das evidências de que o homem contemporâneo utiliza-se cada vez menos de suas potencialidades corporais e de que o baixo nível de atividade física é fator decisivo no desenvolvimento de doenças degenerativas sustenta-se a hipótese da necessidade de se promoverem mudanças no seu estilo de vida, levando-o a incorporar a prática de atividades físicas ao seu cotidiano. Nessa perspectiva, o interesse em conceitos como “ATIVIDADE FÍSICA”, “ESTILO DE VIDA” e “QUALIDADE DE VIDA” vem adquirindo relevância, ensejando a produção de trabalhos científicos vários e constituindo um movimento no sentido de valorizar ações voltadas para a determinação e operacionalização de variáveis que possam contribuir para a melhoria do bem-estar do indivíduo por meio do incremento do nível de atividade física habitual da população.
Da análise às justificativas presentes nas propostas de implementação de programas de promoção da saúde e qualidade de vida por meio do incremento da atividade física, depreende-se que o principal argumento teórico utilizado está fundamentado no paradigma contemporâneo do estilo de Vida Ativa.
Tal estilo tem sido apontado, por vários setores da comunidade científica, como um dos fatores mais importantes na elaboração das propostas de promoção de saúde e da qualidade de vida da população. Este entendimento fundamenta-se em pressupostos elaborados dentro de um referencial teórico que associa o estilo de vida saudável ao hábito da prática de atividades físicas e, consequentemente, a melhores padrões de saúde e qualidade de vida. Este referencial toma a forma de um paradigma na medida em que constitui o modelo contemporâneo no qual se fundamentam a maioria dos estudos envolvendo a relação positiva entre atividade física, saúde, estilo de vida e qualidade de vida. Identifica-se, neste paradigma, a interação das dimensões da promoção da saúde, da qualidade de vida e da atividade física dentro de um movimento denominado aqui de Movimento Vida Ativa, o qual vem sendo desencadeado no âmbito da Educação Física e Ciências do Esporte, cujo eixo epistemológico centra-se no incremento do nível de atividade física habitual da população em geral.
O pressuposto sustenta a necessidade de se proporcionar um maior conhecimento, por parte da população, sobre os benefícios da atividade física e de se aumentar o seu envolvimento com atividades que resultem em gasto energético acima do repouso, tornando os indivíduos mais ativos.
Neste cenário, entende-se que o incremento do nível de atividade física constitui um fator fundamental de melhoria da saúde pública.

Atividade Física & Saúde
Uma tendência dominante no campo da Educação Física estabelece uma relação entre a prática da atividade física e a conduta saudável. A fisiologia do exercício nos mostra inúmeros estudos sustentando esta tese.
Nesta linha, Matsudo & Matsudo (2000) afirmam que os principais benefícios à saúde advindos da prática de atividade física referem-se aos aspectos antropométricos, neuromusculares, metabólicos e psicológicos. Os efeitos metabólicos apontados pelos autores são o aumento do volume sistólico; o aumento da potência aeróbica; o aumento da ventilação pulmonar; a melhora do perfil lipídico; a diminuição da pressão arterial; a melhora da sensibilidade à insulina e a diminuição da freqüência cardíaca em repouso e no trabalho submáximo. Com relação aos efeitos antropométricos e neuromusculares ocorre, segundo os autores, a diminuição da gordura corporal, o incremento da força e da massa muscular, da densidade óssea e da flexibilidade.
E, na dimensão psicológica, afirmam que a atividade física atua na melhoria da auto-estima, do auto conceito, da imagem corporal, das funções cognitivas e de socialização, na diminuição do estresse e da ansiedade e na diminuição do consumo de medicamentos. Guedes & Guedes (1995), por sua vez, afirmam que a prática de exercícios físicos habituais, além de promover a saúde, influencia na reabilitação de determinadas patologias associadas ao aumento dos índices de morbidade e da mortalidade. Defendem a inter-relação entre a atividade física, aptidão física e saúde, as quais se influenciam reciprocamente. Segundo eles, a prática da atividade física influencia e é influenciada pelos índices de aptidão física, as quais determinam e são determinados pelo estado de saúde.
Para a melhor compreensão deste modelo definem as variáveis que o compõem:
• Atividade Física é definida, segundo Caspersen (1985) como qualquer movimento corporal produzido pelos músculos esqueléticos que resulta em gasto energético maior do que os níveis de repouso.
• Saúde, de acordo com Bouchard (1990), é definida como uma condição humana com dimensões física, social e psicológica, cada uma caracterizada por um continuum com pólos positivos e negativos. A saúde positiva estaria associada à capacidade de apreciar a vida e resistir aos desafios do cotidiano e a saúde negativa associaria-se à morbidade e, no extremo, à mortalidade.
• Para a Aptidão física, adotam a definição de Bouchard et al.(1990): um estado dinâmico de energia e vitalidade que permita a cada um, funcionando no pico de sua capacidade intelectual, realizar as tarefas do cotidiano, ocupar ativamente as horas de lazer, enfrentar emergências imprevistas sem fadiga excessiva, sentir uma alegria de viver e evitar o aparecimento das disfunções hipocinéticas.
Nesta definição distinguem a aptidão física relacionada à saúde da aptidão física relacionada à capacidade esportiva. A primeira reúne os aspectos bio-fisiológicos responsáveis pela promoção da saúde; a segunda refere-se aos aspectos promotores do rendimento esportivo.
O modelo em questão vem orientando grande parte dos estudos cujo enfoque é a relação entre a atividade física e saúde na perspectiva da aptidão física e saúde (Barbanti,1991; Böhme,1994; Nahas et al.,1995; Freitas Júnior,1995; Petroski,1997; Lopes, 1997; Ribeiro,1998; Fechio,1998; Glaner,1998; Zago et al.,2000).
Para Marques (1999), esta perspectiva contemporânea de relacionar aptidão física à saúde representa um estado multifacetado de bem-estar resultante da participação na atividade física. Supera a tradicional perspectiva do “fitness”, preconizada nos anos 70 e 80 - centrada no desenvolvimento da capacidade cardiorrespiratória - e procura inter-relacionar as variáveis associadas à promoção da saúde. Remete, pois, segundo Neto (1999) a um novo conceito de exercício saudável, no qual os benefícios ao organismo derivariam do aumento do metabolismo (da maior produção de energia diariamente) promovido pela prática de atividades moderadas e agradáveis.
Conforme Neto (1999), o aumento em 15 % da produção diária de calorias - cerca de 30 minutos de atividades físicas moderadas - pode fazer com que indivíduos sedentários passem a fazer parte do grupo de pessoas consideradas ativas, diminuindo, assim, suas chances de desenvolverem moléstias associadas à vida pouco ativa.
Entidades ligadas à Educação Física e às Ciências do Esporte como a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Conselho Internacional de Ciências do Esporte e Educação Física (ICSSPE), o Centro de Controle e Prevenção de Doença - USA (CDC), o Colégio Americano de Medicina Esportiva (ACSM), a Federação Internacional de Medicina Esportiva (FIMS), a Associação Americana de Cardiologia e o Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul (CELAFISCS) preconizam que sessões de trinta minutos de atividades físicas por dia, na maior parte dos dias da semana, desenvolvidas continuamente ou mesmo em períodos cumulativos de 10 a 15 minutos, em intensidade moderada, já são suficientes para a promoção da saúde (Matsudo,1999). Nesta mesma direção, encontram-se numerosos trabalhos de abordagem epidemiológica assegurando que o baixo nível de atividade física intervém decisivamente nos processos de desenvolvimento de doenças degenerativas (Powell et al., 1985).
Dentre os estudos mais expressivos envolvendo esta linha de pesquisa, tem-se o estudo de Paffenbarger (1993). Analisando ex-alunos da Universidade de Harvard, o autor observou que a prática de atividade física está relacionada a menores índices de mortalidade. Comparando indivíduos ativos e moderadamente ativos com indivíduos menos ativos, verificou que a expectativa de vida é maior para aqueles cujo nível de atividade física é mais elevado. Com relação ao risco de morte por doenças cardiovasculares, respiratórias e por câncer, o estudo sugere uma relação inversa deste com o nível de atividade física .
Estudos experimentais sugerem que a prática de atividades de intensidade moderada atua na redução de taxas de mortalidade e de risco de desenvolvimento de doenças degenerativas como as enfermidades cardiovasculares, hipertensão, osteoporose, diabetes, enfermidades respiratórias, dentre outras. São relatados, ainda, efeitos positivos da atividade física no processo de envelhecimento, no aumento da longevidade, no controle da obesidade e em alguns tipos de câncer (Powell et al.,1985; Gonsalves,1996; Matsudo & Matsudo,2000).
Destas constatações infere-se que a realização sistemática de atividades corporais é fator determinante na promoção da saúde e da qualidade de vida.

Qualidade de vida
Recentemente, a relação atividade física e saúde vem sendo gradualmente substituída pelo enfoque da qualidade de vida, o qual tem sido incorporado ao discurso da Educação Física e das Ciências do Esporte. Tem, na relação positiva estabelecida entre atividade física e melhores padrões de qualidade de vida, sua maior expressão.
Observa-se, nos eventos científicos, nacionais e internacionais, realizados nos últimos anos, a ênfase dada a esta relação. Muitas são as declarações documentadas neste sentido.
O Simpósio Internacional de Ciências do esporte realizado em São Paulo em outubro de 1998, promovido pelo CELAFISCS com o tema Atividade Física : passaporte para a saúde, privilegiou em seu programa oficial a relação saúde/atividade física/qualidade de vida destacando os seus aspectos funcionais e anatomo-funcionais.
Os resumos e conferências publicadas nos anais do Congresso Mundial da AIESEP realizado no Rio de Janeiro, em janeiro de 1997, cujo tema oficial foi a Atividade Física na perspectiva da cultura e da Qualidade de Vida, destacam a relação da qualidade de vida com fatores morfo-fisiológicos da atividade física.
No I Congresso Centro-Oeste de Educação Física, Esporte e Lazer, realizado em setembro de 1999, na cidade de Brasília, promovido pelas instituições de ensino superior em Educação Física da região Centro-Oeste, o tema da atividade física e saúde representou 20% dos trabalhos publicados nos anais. A temática da atividade física e qualidade de vida foi objeto de discussão em conferências e mesas redondas. Também neste evento observa-se a ênfase dada aos aspectos biofisiológicos da relação atividade física/saúde/qualidade de vida.
Vários autores e entidades ligados à Educação Física ratificam este entendimento.
Katch & McArdle (1996) preconizam a prática de exercícios físicos regulares como fator determinante no aumento da expectativa de vida das pessoas.
A Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte (1999), em posicionamento oficial, sustenta que a saúde e qualidade de vida do homem podem ser preservadas e aprimoradas pela prática regular de atividade física.
Matsudo & Matsudo (1999, 2000), reiteram a prescrição de atividade física enquanto fator de prevenção de doença e melhoria da qualidade de vida.
Lima (1999) afirma que a Atividade Física tem, cada vez mais, representado um fator de Qualidade de Vida dos seres humanos, possibilitando-lhes uma maior produtividade e melhor bem-estar.
Guedes & Guedes (1995) reconhecem as vantagens da prática de atividade física regular na melhoria da qualidade de vida.
Nahas (1997) admite a relação entre a atividade física e qualidade de vida. Citando Blair (1993) & Pate (1995), o autor identifica, nas sociedades industrializadas, a atividade física enquanto fator de qualidade de vida, quer seja em termos gerais, quer seja relacionada à saúde.
Silva (1999), ao distinguir a qualidade de vida em sentido geral (aplicada ao indivíduo saudável) da qualidade de vida relacionada à saúde (aplicada ao indivíduo sabidamente doente) vincula à prática de atividade física à obtenção e preservação da qualidade de vida.
Dantas (1999), buscando responder em que medida a atividade física proporcionaria uma desejável qualidade de vida, sugere que programas de atividade física bem organizados podem suprir as diversas necessidades individuais, multiplicando as oportunidades de se obter prazer e, consequentemente , otimizar a qualidade de vida.
Lopes & Altertjum (1999) escrevem que a prática da caminhada contribui para a promoção da saúde de forma preventiva e consciente. Vêem na atividade física um importante instrumento de busca de melhor qualidade de vida.
O “Manifesto de São Paulo para a promoção de Atividades Físicas nas Américas” - publicado na Revista Brasileira Ciência e Movimento (jan/2000) - destaca a necessidade de inclusão da prática de atividade física no cotidiano das pessoas de modo a promover estilos de vida saudáveis rumo a melhoria da qualidade de vida.
Fora dos círculos acadêmicos, os meios de comunicação constantemente veiculam informações a respeito da necessidade de o homem contemporâneo melhorar sua qualidade de vida por meio da adoção de hábitos mais saudáveis em seu cotidiano.
Neste contexto, a Federação Internacional de Educação Física - FIEP, elaborou o “Manifesto Mundial de Educação Física - 2000”, o qual representa um importante acontecimento na história da Educação Física pois pretende reunir em um único documento as propostas e discussões efetivadas, no âmbito desta entidade, no decorrer do século XX..
O manifesto expressa os ideais contemporâneos de valorização da vida ativa, ou seja, ratifica a relação entre atividade física, saúde e qualidade de vida e prioriza o combate ao sedentarismo como objetivo da Educação Física (formal e não formal) por meio da educação para a saúde e para o lazer ativo de forma continuada.

Novos olhares sobre a relação Atividade Física e Saúde
Diferentes visões acerca da atividade física, da qualidade de vida e da saúde foram acima apresentadas. Correspondem a visões bastante disseminadas e aceitas no domínio da Educação Física. Em comum, nestas análises, encontramos o acentuado viés biológico que as marca e as caracteriza. Este, historicamente, tem sido a base da formação do profissional de Educação Física.
Segundo compreendemos, a questão não nos parece suficientemente resolvida deste ponto de vista. A relação entre atividade física e saúde envolve uma multiplicidade de questões. Resolvê-la exclusivamente pelo paradigma naturalista é desconhecer a complexidade do tema. O ser humano não pode ser reduzido à dimensão biológica pois é fruto de um processo e de relações sociais bem mais amplas e abrangentes.
Neste contexto, as Ciências Sociais oferecem importante contribuição para o debate ao conceber o homem segundo uma lógica distinta daquela estritamente bio-fisiológica. No entender dessas ciências, a realidade não é um dado unívoco, mas uma construção social, que varia segundo a história, as diferentes estruturas e os diferentes processos sociais.
Na perspectiva naturalista, pouca atenção tem sido dada aos interesses políticos e econômicos associados à saúde, à aptidão física e aos estilos de vida ativa. Esta visão assumiu uma postura eminentemente individualista e biologicista no qual elaborou-se o conceito de vida fisicamente ativa independentemente de uma análise cultural, econômica e política, desconsiderando as contradições estruturais que limitam as oportunidades de diferentes grupos sociais.

Lecturas: Educación Física y Deportes • http://www.efdeportes.com • Año 8 • Nº 52
















PROPOSTA DE UM MODELO TEÓRICO PARA A
Adoção dA PRÁtIcA de AtIVIdAde FÍSIcA

SAMUEL C. DUMITH

Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia, Departamento de Medicina Social,
Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Pelotas, RS, Brasil

RESUMO
ABSTRACT
oRIGINAL
A compreensão de como as pessoas adotam um estilo de vida fi sicamente ativo constitui um desafi o para a implantação de
políticas públicas e, ao mesmo tempo, um avanço em termos de promoção da saúde. Desse modo, o objetivo do presente
estudo foi propor a utilização de modelos teóricos quando se estuda a adoção da prática de atividade física. Para isso, dividiuse
o trabalho em três partes. Na primeira, são abordadas as teorias/modelos encontrados na literatura, relacionados à adoção
da atividade física. Na segunda, apresenta-se uma proposta de um modelo teórico. E, na terceira parte, comenta-se sobre a
utilidade e aplicação dos modelos teóricos nos estudos sobre atividade física e saúde. Espera-se, com este trabalho, chamar
a atenção dos pesquisadores para a importância de empregar modelos teóricos, estimulando debates a respeito deste assunto,
bem como a disseminação deste conhecimento.
PALAVRAS-CHAVE: Atividade Motora. Modelos Teóricos. Promoção da Saúde. Estatística. Epidemiologia.
Comportamento.
PRoPoSAL oF A tHeoRetIcAL ModeL to PHYSIcAL ActIVItY AdoPtIoN
Understanding how the individuals adopt a physically activity lifestyle represents a challenge to the establishment of public
policies and, simultaneously, an advance in terms of health promotion. Thus, the objective of the present study was to propose
the utilization of theoretical models to investigate the physical activity adoption. The work was divided into three parts. In
the fi rst one, it was introduced the theories/models regarding physical activity found in the literature. In the second part,
the proposal of the new theoretic model, based on the referred background, is presented. In the third part, some comments
concerning utility and application of theoretical model in studies about physical activity and health are made. We hope, with
this research work, awake the researches for the importance of employ theoretical models, enhancing debates about this
subject, as well as the dissemination of this knowledge.
KEYWORDS: Motor Activity. Theoretical Models. Health Promotion. Statistics. Epidemiology. Behavior.
Introdução
O homem moderno é cada vez menos forçado
a se movimentar, ao contrário dos seus ancestrais,
que precisavam disso para conseguir alimento, garantir
refúgio ou defender-se dos inimigos. A atividade
física, antigamente, era uma prática inerente
ao estilo de vida do ser humano. Não era uma
questão de gosto ou de preservação da saúde, mas
sim uma necessidade para a sua sobrevivência. A
evolução tecnológica e da informática fez com que
o esforço que o homem precisava realizar em determinadas
tarefas fosse substituído por máquinas
e/ou equipamentos. Com todas as comodidades e
confortos propiciados pela sociedade contemporânea,
a atividade física deixou de fazer parte da
rotina dos indivíduos.
A falta de atividade física, contudo, pode acarretar
uma expressão genética anormal, produzindo
um fenótipo patológico, visto que o genoma do ser
humano foi programado para a prática regular de
atividade física1. Estimativas do World Health Report
de 2002 apontam que aproximadamente 3%
da carga global de doenças nos países desenvolvidos
e que mais de 20% das doenças cardíacas e
10% dos derrames se devem à inatividade física2.
Este mesmo documento indica que a inatividade
física está entre as 10 principais causas de morte
e incapacidade no mundo desenvolvido. A Organização
Mundial da Saúde (OMS) estima que em
torno de 2 milhões de mortes ao redor do mundo
são causadas pela inatividade física3.
Existem recentes e fortes evidências de que a
prática regular de atividade física não apenas diminui
o risco de mortalidade entre adultos e idosos
como também reduz o risco de desenvolver doença
coronariana, derrame, hipertensão arterial, dislipidemia,
diabetes, síndrome metabólica, câncer
de cólon e de mama4. Além disso, previne o ganho
de peso, contribui com a sua perda, melhora o condicionamento
cardiorrespiratório e muscular, atua
na prevenção de quedas, reduz a depressão e melhora
função cognitiva4. Alguns desses benefícios
se aplicam também a crianças e adolescentes.
A recomendação atual mais difundida mundialmente
preconiza que, para que a atividade física
proporcione benefícios para a saúde, os adultos
saudáveis devem praticar pelo menos 30 minutos
de atividade física de intensidade moderada em
pelo menos cinco dias da semana, ou 20 minutos
de atividade vigorosa em pelo menos três dias da
semana5. Para crianças e adolescentes, a recomendação
é que pratiquem diariamente pelo menos 60
minutos de atividade física de intensidade moderada
a vigorosa6.
Ainda assim, apesar de todos os benefícios
concedidos pela prática regular de atividade física,
relatório da OMS de 2002, com indivíduos de idade
igual ou superior a 15 anos, aponta que cerca de
17% da população mundial não pratica nenhuma
atividade física, e que aproximadamente 60% não
atingem o critério para ser considerado fisicamente
ativo (2,5 h/sem ou 150 min/sem)2. Vale ressaltar
que foi considerada a prática de atividade física
nestes quatro grandes domínios: lazer (atividades
esportivas e de recreação), trabalho (remunerado
ou não, envolvendo esforço físico), deslocamento
(a pé ou de bicicleta para escola, trabalho e outros
locais) e durante o serviço doméstico (tarefas de
casa, jardinagem etc.). No Brasil, levantamento nacional
feito pelo Ministério da Saúde (VIGITEL),
em 2007, aponta que quase um terço (29,2%) da
população adulta é sedentária, isto é, não pratica
nenhuma atividade física. Quando considerado
apenas o domínio lazer, somente 15,5% atingem a
recomendação de pelo menos 30 minutos de atividade
moderada em cinco ou mais dias da semana
ou 20 minutos de atividade vigorosa em três ou
mais dias da semana7.
Esses achados demonstram que as evidências
acumuladas sobre a atividade física na promoção
da saúde, por si só, são insuficientes para produzir
mudanças consideráveis deste comportamento.
Em contrapartida, deve se levar em conta que esse
conhecimento nem sempre chega às pessoas, ou
atinge somente uma pequena parcela da população.
Portanto, tendo em vista os inúmeros benefícios
da atividade física para a saúde4, o alto custo
decorrente do estilo de vida sedentário8, 9 e a elevada
fração atribuível da inatividade física sobre
doenças crônicas10 e mortalidade11, a compreensão
de como as pessoas adotam um estilo de vida fisicamente
ativo constitui um desafio para a implantação
de políticas públicas e um avanço em termos
de promoção da saúde.

domingo, 21 de junho de 2009

Trabalho final do 2º bimestre

O trabalho final é estudar TUDO referente a SEDENTARISMO, ok?
O conteúdo será cobrado em prova essa semana!!